Fotorreportagem: Mãos que constroem Rondon, do campo à Cidade

Fotorreportagem: Mãos que constroem Rondon, do campo à Cidade

Por Cecilia Costa

Com a expansão da soja em Rondon do Pará, novas estruturas como silos e armazéns surgem, movimentando a construção civil e gerando empregos. A mecanização e o aumento das áreas plantadas exigem profissionais qualificados. “Hoje, o funcionário da agricultura ganha mais do que em muitos outros setores”, afirma seu Ademir Rosa, produtor há 15 anos no município de Rondon do Pará

                   Silo que está sendo construído na fazenda de seu Ademir, 09 de maio de 2025. Foto: Cecilia Costa. 

“Com o crescimento da soja, houve o aumento de empregos”, acrescenta seu Rosa, esse aumento se dá não só nos campos, mas também nas construções que surgem, por conta da grande produção de soja. Tudo isso movimenta a construção civil e abre novas oportunidades de trabalho. Cresce também a procura por profissionais qualificados, como mostra os dados do CAGED (2023), que apontam uma alta demanda por operadores e técnicos agrícolas.  

Trabalhadores na construção do silo em Rondon do Pará. 09 de maio de 2025. Foto: Cecilia Costa

Empregos gerados pela soja

“Hoje, só na minha fazenda, são cerca de 30 trabalhadores fixos. Na época da colheita, chega a 60 ou 70 pessoas”, diz seu Ademir. Esse crescimento reflete uma tendência maior, o agronegócio em Rondon é responsável por 21% do PIB municipal, e a demanda por mão de obra qualificada só aumenta.  

Trabalhadores em seu horário de trabalho na construção do silo na fazenda de seu Ademir, 09 de maio de 2025. Foto: Cecilia Costa 

Exportação e mercado interno

“A agricultura não para, o período de agricultura não tem dia, nem hora. Essa é a realidade” comenta seu Rosa. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção, mais de 7,5 milhões de pessoas trabalham hoje no setor em todo o país. Em cidades do interior, como Rondon do Pará, esse número ganha ainda mais força com o crescimento do agronegócio, que impulsiona a construção civil e gerando cada vez mais oportunidades para a mão de obra local. 

Operário trabalhando no forno que fica na construção do silo, 09 de maio de 2025. Foto: Cecilia Costa. 

 

 Crescimento e transformação

“Comecei com 250 hectares. Hoje já são 5.400. As fazendas que eram de pecuária agora empregam 6 ou 7 vezes mais pessoas com a soja”, relata Rosa. Com o avanço da agricultura em Rondon do Pará vem transformando pastagens em lavouras. Isso se alinha a dados do IBGE e da SEPLAN/PA que mostram uma grande migração significativa de áreas de pecuária para agricultura na região Sudeste do Pará.

Obra de ampliação de estrutura para armazenamento de grãos em Rondon do Pará. 09 de maio de 2025.  Foto: Cecilia Costa.

A força da geração de empregos em Rondon do Pará

Ademir rosa pereira chegou em Rondon há quase 17 anos e desde então tem dedicado sua vida à produção de soja. Hoje, a cultura representa mais 80% da sua renda e movimenta empregos diretos e indiretos na região. Com o olhar de quem viu o município crescer, ele fala com o orgulho sobre a força do campo e o impacto com a agricultura tem na vida de tantas famílias. 

                 Seu Ademir Rosa e sua esposa Claudiléia Reis. 09 de maio de 2025. Foto; Cecilia Costa 

Logística e atendimento humanizado 

“Temos equipe de vendas, administrativo, depósito e entregas. E acompanhamos as obras para ver como o sonho do cliente está acontecendo”, relata Isete. Para ela, vender material de construção vai além da venda: é participar da realização da casa própria, um do grande sonho dos brasileiros. Esse atendimento próximo se tornou uma marca da Rondomac em Rondon do Pará.

Fachada da loja Rondomac, referência em materiais de construção em Rondon do Pará. 08 de maio de 2025. Foto: Cecilia Costa. 

Mulheres à frente do setor de construção

“Foi muita novidade sair do supermercado e entrar no ramo da construção civil. Mas fui aprendendo e sigo aprendendo todos os dias”, conta a senhora Isete Carneiro, gestora da Rondomac. Ela e a sócia Claudiane Moraes estão há 17 anos à frente da empresa, que foi fundada há mais de 30 anos pelo Sr. Claudemir. A presença feminina na liderança impulsiona o comércio local de materiais de construção em Rondon do Pará.

Isete Carneiro, dona da Rondomac. 08 de maio de 2025. Foto Cecilia Costa. 

Empregos diretos e indiretos no setor

“Hoje temos cerca de 30 funcionários diretos, e os empregos indiretos, são incontáveis”, afirma Dona Isete. Que além da equipe da loja, a empresa ativa uma ampla mão de obra entre pedreiros, pintores, eletricistas, motoristas e muito mais. Segundo o IBGE e o CAGED, em 2023, a construção civil foi responsável por cerca de 7,5% do PIB nacional e gerou no país mais de 8 milhões de empregos.

 Clientes e profissionais autônomos em atendimento no balcão da loja Rondomac, 08 de maio de 2025. Foto Cecilia Costa 

Qualificação e desafios do comércio local

“Hoje, o ramo exige conhecimento. É hidráulica, elétrica, acabamento, não é como trabalhar com roupa”, diz dona Isete. Na sua visão, empreender no Brasil continua sendo um grande desafio por conta da alta carga tributária e da burocracia. Segundo a Abramat, o setor de materiais de construção movimentou R$ 158 bilhões em 2023, exigindo cada vez mais capacitação de seus profissionais.

 Setor de acabamentos da loja Rondomac. 08 de maio de 2025. Foto: Cecilia Costa. 

Construção civil, base do emprego informal

A construção civil movimenta muitos autônomos. Pedreiro, eletricista, entre outros, o leque é enorme”, explica Isete. Em cidades como Rondon do Pará, grande parte da mão de obra do setor é informal. De acordo com o DIEESE, cerca de 60% dos trabalhadores na construção civil em regiões interioranas atuam sem carteira assinada.
 

Trabalhadoras da loja Rondomac organizando o setor de ferragens e utilidades. 08 de maio de 2025. Foto: Cecilia Costa 

   

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