Fotorreportagem: Mãos que constroem Rondon, do campo à Cidade

Por Cecilia Costa
Com a expansão da soja em Rondon do Pará, novas estruturas como silos e armazéns surgem, movimentando a construção civil e gerando empregos. A mecanização e o aumento das áreas plantadas exigem profissionais qualificados. “Hoje, o funcionário da agricultura ganha mais do que em muitos outros setores”, afirma seu Ademir Rosa, produtor há 15 anos no município de Rondon do Pará
“Com o crescimento da soja, houve o aumento de empregos”, acrescenta seu Rosa, esse aumento se dá não só nos campos, mas também nas construções que surgem, por conta da grande produção de soja. Tudo isso movimenta a construção civil e abre novas oportunidades de trabalho. Cresce também a procura por profissionais qualificados, como mostra os dados do CAGED (2023), que apontam uma alta demanda por operadores e técnicos agrícolas.
Empregos gerados pela soja
“Hoje, só na minha fazenda, são cerca de 30 trabalhadores fixos. Na época da colheita, chega a 60 ou 70 pessoas”, diz seu Ademir. Esse crescimento reflete uma tendência maior, o agronegócio em Rondon é responsável por 21% do PIB municipal, e a demanda por mão de obra qualificada só aumenta.
Exportação e mercado interno
“A agricultura não para, o período de agricultura não tem dia, nem hora. Essa é a realidade” comenta seu Rosa. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção, mais de 7,5 milhões de pessoas trabalham hoje no setor em todo o país. Em cidades do interior, como Rondon do Pará, esse número ganha ainda mais força com o crescimento do agronegócio, que impulsiona a construção civil e gerando cada vez mais oportunidades para a mão de obra local.
Crescimento e transformação
“Comecei com 250 hectares. Hoje já são 5.400. As fazendas que eram de pecuária agora empregam 6 ou 7 vezes mais pessoas com a soja”, relata Rosa. Com o avanço da agricultura em Rondon do Pará vem transformando pastagens em lavouras. Isso se alinha a dados do IBGE e da SEPLAN/PA que mostram uma grande migração significativa de áreas de pecuária para agricultura na região Sudeste do Pará.
A força da geração de empregos em Rondon do Pará
Ademir rosa pereira chegou em Rondon há quase 17 anos e desde então tem dedicado sua vida à produção de soja. Hoje, a cultura representa mais 80% da sua renda e movimenta empregos diretos e indiretos na região. Com o olhar de quem viu o município crescer, ele fala com o orgulho sobre a força do campo e o impacto com a agricultura tem na vida de tantas famílias.
Logística e atendimento humanizado
“Temos equipe de vendas, administrativo, depósito e entregas. E acompanhamos as obras para ver como o sonho do cliente está acontecendo”, relata Isete. Para ela, vender material de construção vai além da venda: é participar da realização da casa própria, um do grande sonho dos brasileiros. Esse atendimento próximo se tornou uma marca da Rondomac em Rondon do Pará.
Mulheres à frente do setor de construção
“Foi muita novidade sair do supermercado e entrar no ramo da construção civil. Mas fui aprendendo e sigo aprendendo todos os dias”, conta a senhora Isete Carneiro, gestora da Rondomac. Ela e a sócia Claudiane Moraes estão há 17 anos à frente da empresa, que foi fundada há mais de 30 anos pelo Sr. Claudemir. A presença feminina na liderança impulsiona o comércio local de materiais de construção em Rondon do Pará.
Isete Carneiro, dona da Rondomac. 08 de maio de 2025. Foto Cecilia Costa.
Empregos diretos e indiretos no setor
“Hoje temos cerca de 30 funcionários diretos, e os empregos indiretos, são incontáveis”, afirma Dona Isete. Que além da equipe da loja, a empresa ativa uma ampla mão de obra entre pedreiros, pintores, eletricistas, motoristas e muito mais. Segundo o IBGE e o CAGED, em 2023, a construção civil foi responsável por cerca de 7,5% do PIB nacional e gerou no país mais de 8 milhões de empregos.
Clientes e profissionais autônomos em atendimento no balcão da loja Rondomac, 08 de maio de 2025. Foto Cecilia Costa
Qualificação e desafios do comércio local
“Hoje, o ramo exige conhecimento. É hidráulica, elétrica, acabamento, não é como trabalhar com roupa”, diz dona Isete. Na sua visão, empreender no Brasil continua sendo um grande desafio por conta da alta carga tributária e da burocracia. Segundo a Abramat, o setor de materiais de construção movimentou R$ 158 bilhões em 2023, exigindo cada vez mais capacitação de seus profissionais.
Setor de acabamentos da loja Rondomac. 08 de maio de 2025. Foto: Cecilia Costa.
Construção civil, base do emprego informal
A construção civil movimenta muitos autônomos. Pedreiro, eletricista, entre outros, o leque é enorme”, explica Isete. Em cidades como Rondon do Pará, grande parte da mão de obra do setor é informal. De acordo com o DIEESE, cerca de 60% dos trabalhadores na construção civil em regiões interioranas atuam sem carteira assinada.